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Este livro mostra um trabalho pioneiro no Brasil, voltado para a investigação da presença de contaminantes emergentes na água de abastecimento na maioria das capitais brasileiras. Um trabalho dessa envergadura somente se concretizou devido ao esforço conjunto de inúmeras instituições de ensino e pesquisa do país participantes do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias Analíticas Avançadas (INCTAA). Ao abranger cerca de 40 milhões de pessoas que são servidas pelas produtoras de água que abastecem essas capitas, o projeto abarca também um compromisso social imensurável, revelando aspectos ainda pouco explorados no campo da saúde pública e da exposição ambiental.
A preocupação com a saúde ambiental é um tema cuja relevância cresce a cada dia. Ao longo do desenvolvimento da humanidade, muitas substâncias foram e ainda são utilizadas sem que se saiba o efeito que podem causar tanto ao homem quanto aos demais seres vivos. Muitos anos podem se passar até que efeitos indesejáveis sejam identificados e ações preventivas e/ou remediativas sejam tomadas para atenuá-los.
É evidente que houve uma evolução no número de substâncias, objeto de legislação ao longo do tempo no Brasil e no mundo, como parâmetros de potabilidade de água, entretanto, apesar da evolução, é impraticável contemplar em legislações todas as substâncias que possam trazer algum risco à saúde, uma vez que a síntese, produção e lançamento de novos produtos têm uma dinâmica muito maior do que a elucidação de efeitos deletérios por meio de avaliações toxicológicas.
Além de apresentar os resultados quantitativos em relação à cafeína, ele serve de referência para estudos semelhantes, mostrando a importância de se elaborarem ações de planejamento estratégico, que devem preceder o início dos trabalhos, e a necessidade de padronizar e validar procedimentos para que os resultados analíticos possam ter significado. O livro foi escrito para que tanto o grande público como aquele especializado possam se valer das informações nele contidas. Do grande público se espera, além de que permaneça alerta, sensibilização para a existência do problema, reflexão sobre ele e que contribua, com sua participação como cidadão esclarecido, nos assuntos relativos à qualidade da água que bebe e que seus filhos irão beber. Do público especializado, ações de política pública efetivas para que o problema seja atacado e resolvido.